terça-feira, 19 de agosto de 2008

se todas as paixões fossem assim... (parte 3)

No dia seguinte acordei até melhor da dor de cotovelo, e o melhor é que era nosso último dia, íamos embora ao anoitecer. Eu adorava aquela praia, mas não aguentava olhar o mar sem lembrar do Bruno. Nem meus sonhos eram agradáveis.

Cheguei em casa e meu irmão estava lá. Perguntou-me por que tinha uma cara tão triste, uma vez que nunca voltava da casa de praia com aquela cara triste. Contei o que tinha acontecido e ele achou super estranho o cara ter sumido, mas não falou mais nada. Deitei na cama e agarrada aos meus travesseiros sonhei com Bruno. Ele estava fugindo, mas não era de mim. Era do meu irmão que dizia que ele não era homem para mim.

Acordei assustada. Havia um barulho. Era o telefone que tocava ao meu lado. Uma das minhas amigas estava dizendo que o amigo de Bruno havia lhe ligado para contar quando e onde seria a festa, e completou que só iria se eu fosse. E, obviamente, acabei indo.

A minha sorte era tão grande que a primeira pessoa que eu vi foi Bruno. Mais uma vez os olhares se cruzaram e pararam. Ao lado dele a tal menina da praia o puxava de uma forma que achei que estivessem juntos e abaixei a cabeça. O quê que eu estava fazendo ali? Era só o que eu pensava. Não demorou muito para Bruno dar um passa fora na menina e parar ao meu lado. Beijou minha mão e disse:
- Desculpa ter saido daquele jeito, mas era urgente.
- Está certo. - foi apenas o que eu disse.
- Vem...quero falar direito contigo. - e me levou para o lado de fora da casa.

A casa era enorme. Era de um outro amigo dele. Fomos até o jardim, eu ainda tinha a cabeça abaixada, quando ele com a mão a levantou para nos olharmos. Tentou me beijar, mas eu virei o rosto.
- Tudo bem. Eu realmente preciso me explicar.
- Não, Bruno, não precisa! Teu pai estava doente...aonde está explicação nisso? Me parece bem claro.
- Gabi... - disse ele passando a mão sobre meu rosto - não foi bem assim.

Fiquei calada esperando o que mais ele diria e...

- Meu pai fez uma cirurgia, mas eu já sabia disso quando eu estava contigo. O problema é...

Não deixei ele falar e disse:
- É mulher, né?
- É... - disse ele timidamente - O que acontece é que eu namorava uma menina e a gente acabou porque ela foi embora, mas ela voltou e a gente estava ficando até eu te conhecer.
- Terminou? Porque essa é velha! E eu estou bem a fim de curtir a festa. - fui me levantando, mas ele me segurou pelo braço.
- Ow mulher birrenta. Tu não está entendendo, ne?
- O que eu não estou entendendo? Que eu sou uma bonitinha qualquer da praia?
- Não! Que eu estou apaixonado por ti!
- Ha-ha-ha! Faz-me rir, ne, Bruno? Vai ser comediante, é?
- Não, é sério. Só me escuta...
- Vai...
- Quando eu te vi pela primeira vez..Gabi, tu não tem idéia..eu achei que você fosse a mulher da minha vida. Eu gostei muito da minha ex, mas quando ela acabou porque ia embora, eu superei. Quando ela voltou, eu achei que ainda gostava dela e ela também queria tentar, por isso a gente meio que estava junto. Por isso eu saí da praia correndo, porque além da minha mãe estar precisando de mim, eu precisava acabar tudo com ela para poder tentar ficar contigo.

Eu não falava nada, apenas olhava para o chão.

- Se você quiser ficar comigo, é óbvio. A gente pode começar do zero. Mas...seria sem graça, visto que...
- Bruno..começar o quê? Tu com a tua namorada a trocou por outra, imagine comigo! E eu achanndo que tinha algo diferente. Homem é tudo igual mesmo.
- Oh Gabi..tu acredita se quiser, certo? Só fica sabendo que você foi a única pessoa que eu tive vontade de levar nas pedras. E aquele lugar é muito especial. Agora tu queria curtir a festa, né? Pode ir...já acabei!

Não quis olhar na cara dele, apenas me levantei e saí. Mais uma vez, ele veio atrás de mim.
- Vai ficar nisso mesmo? Acho que eu não sou igual aos outros...Todos já teriam desistido.
- Ai Bruno...por que, hein?
- Por que o quê?
- Por que eu sou tão besta?
- Besta? Não entendi.
- Por cair nessa tua conversa...

Ele me puxou para perto dele e disse:
- É o destino. Alguém quer que a gente fique junto. - beijou-me no rosto e me puxou pela mão - Vem, vamos aproveitar a festa...


(aqui acaba, mas cada um pode fazer o seu final como queira).

(novembro/2002)




PS: qualquer semelhança é mera coincidência. os nomes usados são aqui fictícios.

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