Durante seu passeio com os olhos, eis que um olhar lhe pára. Logo atrás do bêbado sem camisa entornando uma garrafa de 600ml, estava ele. Nossa! Quanto tempo que não se viam, apesar de não parecer tanto tempo assim para ela. Tinha a impressão de tê-lo visto em algum lugar, mas onde? Os pensamentos vinham rápido enquanto sorriam e acenavam um para o outro. Estaria ele com o descamisado? Acompanhou-o discretamente com o olhar e viu onde sentara, o descamisado nao foi junto, ainda bem.
Finalmente, alguém interessante! Continuou a beber sua cerveja, agora com outro sabor, um sabor de "olha as coisas melhorando", um sabor de "é, quem sabe...ou não...". De repente, lembrou-se. Sonhou com ele outra noite. Mas o quê? Nao conseguia lembrar mais. E por que diabos sonharia com alguém que não via, nem ouvia falar há tanto tempo? Tudo bem...o inconsciente é ilógico, mas ele não tira coisas do baú do nada, a não ser que algo aconteça. Inconsciente coletivo? Talvez...Premonição? Quem sabe...
Mas, a parte dos devaneios a cerca de onde o havia visto, resolveu ir até onde ele estava. Ao abordá-lo foi direta, característica que muitas vezes ocultava. Ele sorriu, beijando-lhe o rosto. Entre cumprimentos de pessoas que nao se viam há tempos, ela solta a pergunta que lhe interessava, sem nem pensar que a resposta poderia ser ruim para ela ou mostrar-se oferecida. Impulsiva, isso era característica permanente.
A pergunta que poderia acanhar-lhe talvez fosse a mesma que ele gostaria de fazer-lhe, portanto, a resposta foi positiva para ambos, mas mudaram de assunto, talvez para disfarçar o real interesse. Chamou-a para sentar e ela sentou. Naquele momento, esqueceu que tinha amigos lá, apenas ficou conversando com ele e com o amigo sobre qualquer assunto que surgisse...
(10/04/08, 14/04/08)